Anete Carvalho Ramos fala sobre "Trabalho em grupo e autonomia" | Dai Varela

22 de novembro de 2013

Anete Carvalho Ramos fala sobre "Trabalho em grupo e autonomia"



Sobre a autora:
Anete Carvalho Ramos é caboverdeana, admiradora da Educação e das conquistas que com ela podemos alcançar a curto, médio e longo prazo. É também a administradora da página Educação Hoje em Cabo Verde.





O QUE PENSAM OS ALUNOS E EDUCADORES DE:

TRABALHOS em grupo e AUTONOMIA

Como estudante de Educação, tive a oportunidade de observar escolas do Ensino e Jardins infantis dentro das salas. 
No jardim infantil as crianças sentam-se em grupos, o que não é algo feito à toa. A criança não é um ser autónomo, ela está em processo de aprendizagem e desenvolvimento de várias das suas capacidades em simultâneo. 
Ela sai do seio da família, onde tem uma relação hierárquica vertical (relaciona-se maioritariamente com adultos enquanto “aprende” o dia-a-dia), para entrar numa relação hierárquica horizontal (relaciona-se agora, maioritariamente, com crianças enquanto “aprende” o dia-dia em comunhão com conteúdos mais complexos (mediante o seu ritmo).

A aprendizagem “solitária” não é favorável às crianças, daí a necessidade de dispor a sala em pequenos grupos. Desde aos desenhos e pinturas que são feitos em folhas individuais a formação de puzzles que é feita pelo grupo há essa preocupação de criação de grupos. 

Mas, nas escolas do Ensino básico as salas estão preparadas com carteiras em filas, cada criança senta-se na sua carteira e realiza os seus trabalhos de forma isolada. É isso que chamo de aprendizagem “solitária”.

Existe uma ruptura, de certa forma brusca, uma vez que a criança de seis anos ainda não é totalmente autónoma. 

Entendo que as crianças no Ensino básico deveriam ser mantidas em grupos e estes diminuiriam o número de membros gradativamente. Porquê gradativamente? Porque na aprendizagem tudo se processa gradativamente. É necessário respeitar cada fase, sem contar que é necessário respeitar cada ritmo.

E com a entrada no Ensino Secundário é um tal de trabalhos em grupo que deixam os adolescentes indispostos. Indispostos porque não estão acostumados e trabalhar constantemente em grupos e muitos ainda, mal conseguiram adaptar-se à prática da aprendizagem “solitária”.
Nós sabemos que o número de pessoas alfabetizadas que temos no nosso país é motivo de orgulho mas sabemos também que o nível de aproveitamento poderia ser muito mais elevado e às vezes a melhoria está em “pequenas coisas” que deixamos passar porque observamos o geral e esquecemo-nos que a aprendizagem conta muito mais quando as capacidades de cada “particular” são valorizadas.

O que pensam os alunos, os educadores, os Cabo-Verdianos?


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