Adriano Cruz, executivo da Câmara de Comércio Indústria Agricultura e Serviços de Barlavento (CCIASB) defende que a gestão da Feira Internacional de Cabo Verde (FIC) deve passar para os privados. Ainda, admite que a diminuição de empresas nacionais na feira que findou domingo (20), no Mindelo, deveu-se ao elevado preço dos estandes.
Adriano Cruz defende privatização da FIC |
Como uma das parceiras da FIC, há cerca de três anos que a CCIASB tenta implementar uma proposta estratégica da FIC enquanto empresa pública mas Adriano Cruz entende que o sector privado deveria estar devidamente representado no Conselho de Administração (CA) da FIC ou então passar-se para a “própria privatização da FIC”, porquanto o interesse fundamental dela é a promoção do tecido empresarial nacional.
“Os ganhos seriam muitos porque o próprio empresariado sabe o que é prioritário por isso que as Câmaras de Comércio de Barlavento e Sotavento irão apresentar esta proposta no início de 2012 para ser aprovada pelo CA da FIC”.
Cruz afirma que é preciso melhorar consideravelmente a análise da actividade da feira no sentido se adequar melhor os produtos intra-feira, principalmente para o empresariado nacional.
“Deve-se pensar, produzir e aplicar os instrumentos” que irão permitir fazer as escolhas adequadas de informação. “Se não houver, no quadro da FIC, uma unidade de registo informatizado de todos aqueles que entram e do que vão lá fazer, dificilmente podemos querer tirar informações valiosas depois da FIC no que diz respeito a este indicador em particular”, alerta.
Promoção adequada
Outro sector a ser avaliado é a demanda do mercado para se conseguir fazer uma promoção adequada da FIC no exterior. “Acredito que há espaço para melhorias consideráveis e a própria FIC está consciente disto”, afirma.
Este executivo da CCIASB admite que em termos de representação nacional “são quase sempre as mesmas empresas” e isto está relacionado com o próprio custo de participação para as Pequenas e Médias Empresas como expositores nacionais onde um stand de nove metros quadrados ronda os 100 contos. “Grande parte das empresas consideram os custos elevados e realmente nós constatamos uma presença pouco representativa, ano após ano, de empresas cabo-verdianas”.
Mas, tendo em conta o retorno dos operadores após feira, considera que a FIC tem tido “um impacto positivo” para os empresários nacionais e para a economia do país.“A crise não toca os certames feirais apesar de haver uma ligação estreita de dependência entre as feiras e a própria crise”, nota Adriano.
Cruz aponta a presença de dezenas de empresas europeias nesse evento como demonstração de que elas estão à procura de alternativas em mercados como Cabo Verde. “Isto leva-me a considerar que a crise tem uma influência, a priori, positiva nas feiras de Cabo Verde”, termina.
Tags
repórter