- Não acredito! – exclamei horrorizada – deixei o telefone mal sentado. Assim que coloquei o auscultador no lugar o telefone começou a vibrar:
- Aninha o que é que aconteceu? – Ouvi a voz preocupada do meu pai no outro lado da linha – há muito tempo que estou tentando falar contigo.
- Então meus poderes não me abandonaram – exclamei feliz.
- O quê? – perguntou-me sem entender.
- O problema era o telefone e não meus pod… nada não – achei melhor mudar rapidamente de assunto por isso perguntei se a minha irmã já tinha nascida.
- Não… ainda não. Mas já lhe disse que não sabemos se é menina ou menino.
- Vocês é que não sabem… - pensei.
- Aninha, pega a bolsa azul que está em cima do sofá e traga-me ao hospital.
- Está bem.
- Ah, e pega cento e cinquenta escudos no cesto da cozinha para o táxi – e despediu-se.
Saí com a bolsa a tiracolo a procura de um táxi. Estava uma linda manhã de Março e havia alunos a caminho da escola. Fiquei a espera junto à paragem do autocarro. Pelos meus cálculos, pensei, se fosse de autocarro sobrariam um bom dinheiro de troco. Tenho poderes mas não é por isso que sou rica.
O problema é que tinha previsto a chegada do táxi antes do autocarro e como tinha saído para apanhar um, logo era de táxi mesmo que iria. Esperei mais um pouco e na esquina ele fez a curva. Bom… pelo menos amanhã terei dinheiro para comer na cantina da escola.
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