Do pó di terra de Cabo Verde o nosso coração pulsa para nos posicionar no Mundo. Uma das formas de nos posicionar é através da linguagem, esta que é não só um meio de comunicação, mas também um eco vibrante da nossa identidade. Mas a percepção deste nosso posicionamento vem acompanhado da complexidade e beleza da linguagem. É uma dança intricada entre o eu e o outro na qual cada passo, cada palavra ressoa com histórias, experiências e a rica mistura da identidade cabo-verdiana.
Esta nossa capacidade de comunicar e expressar ideias em várias formas e contextos carrega as nossas emoções e pensamentos. Nós os assumimos na linguagem criativa e variada, expressando-se continuamente e não dependendo da variante do crioulo para que este eu seja compreendido ou tão-somente, apreendido. Assim, a língua torna-se mais um dos instrumentos de expressão da nossa linguagem. O crioulo é crioulo sem o Crioulo de Cabo Verde.
Cada indivíduo, com suas experiências e percepções, contribui para expressão desta linguagem que nos caracteriza. Nossas crenças, valores, preconceitos e estereótipos são influenciados e moldados por uma miríade de vozes e ecos - da família, amigos, comunidade e da sociedade em geral - mas também das fontes das informações que consumimos.
Esta expressão da linguagem é uma dança entre a individualidade e a coletividade. Entre este Eu que se posiciona para mim próprio e para o Mundo na construção do ‘Outro’. A dança entre a percepção do "eu" e do "outro" é uma dança que é coreografada pelas muitas vozes e ecos da sociedade e da individualidade.
Entretanto, este nosso posicionamento é feito também na construção do ‘Outro’. Uma tarefa que acontece através da moldagem das nossas experiências pessoais, histórias recontadas e, agora, pelos ecos das redes sociais. O Facebook, por ser a rede mais usada em Cabo Verde, tornou-se um palco no qual as percepções são amplificadas. E lá a parte é muitas vezes tomada pelo todo e é onde uma única nota pode, por vezes, dominar a melodia da percepção e entendimento.
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