Recentemente, o Organized Crime Index lançou um relatório que nos oferece uma lente de aumento sobre a situação do crime organizado e a resiliência de Cabo Verde. E, acreditem, é uma leitura fascinante.
Cabo Verde, conhecido por suas praias deslumbrantes e cultura vibrante, também é um palco onde se desenrolam histórias sombrias de tráfico humano e exploração sexual. Crianças e mulheres, tanto locais quanto estrangeiras, encontram-se, por vezes, enredadas em teias de abuso e exploração, especialmente em ilhas como Brava, Santiago, Fogo, Sal e Boa Vista. Sim, o estudo aponta Brava como o primeiro nome. Eu já tinha escrito sobre a exploração sexual, principalmente de nigerianas, na ilha do Sal, em 2012 e publicado no jornal “A Nação”.
O estudo aponta que Cabo Verde é um país de origem para crianças sujeitas a tráfico sexual e trabalho doméstico e um destino para mulheres forçadas à prostituição. As mulheres da África Ocidental, incluindo as nigerianas e as senegalesas, bem como as crianças vulneráveis, tanto cabo-verdianas como estrangeiras, correm um risco particular de exploração sexual, prostituição forçada e abuso em várias ilhas do arquipélago.
Como podem ver, esta é mais uma faceta da moeda das adversidades que Cabo Verde enfrenta. Algo que, com a nossa força e resiliência teremos de buscar maneiras de superar esses desafios e prosperar como povo.
A luta contra o crime organizado deve ser real, com a determinação do povo cabo-verdiano e a solidez de suas instituições para serem ainda mais tangíveis. É preciso um ataque forte às vulnerabilidades como o tráfico humano, exploração sexual e trabalho forçado, que afetam especialmente mulheres, crianças e trabalhadores estrangeiros. A pandemia aumentou ainda mais os riscos de extorsão e intimidação por grupos criminosos, pelo que é necessário reforçar a aplicação da lei e políticas de proteção.
O estudo mostrar que, "embora o contrabando de seres humanos por meio de entrada ilegal em Cabo Verde seja limitado devido à sua localização geográfica remota, o país tem servido como ponto de trânsito para os africanos do continente que são contrabandeados para as Ilhas Canárias e para o sul da Europa. O arquipélago, historicamente conhecido pela emigração, tornou-se rapidamente um destino, particularmente para os africanos ocidentais".
Pode-s ler ainda no estudo que, "embora os crimes de extorsão tenham sido relatados e investigados em Cabo Verde, as investigações tendem a ser desorganizadas e a contração económica induzida pela pandemia teve um impacto significativo no país, levando as instituições estatais locais a sofrer escassez de financiamento e tornando-as vulneráveis à intimidação e à extorsão por elementos criminosos, incluindo a máfia russa, os cartéis de droga latino-americanos e os lavadores de dinheiro angolanos. Estes factores exacerbaram ainda mais os desafios enfrentados por Cabo Verde na luta contra o tráfico de seres humanos e questões conexas".
Acredito que Cabo Verde precisa e merece construir um futuro mais seguro e justo para os que aqui estão. Esperança já teos, falta focar nas soluções colaborativas.
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Nota: Este artigo é inspirado nos dados e informações disponíveis no relatório do Organized Crime Index. Para uma compreensão mais aprofundada e detalhada, visite o site oficial.
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