Trata-se de um filme jovem em vários aspectos: na realizadora, nos intervenientes e na linguagem descomplexada e acessível com que os entrevistados abordam temas como integração, diferenças sociais, xenofobia ou racismo e o regresso para terra dos pais. Por outro lado, a linguagem da narrativa não é tão crítica mas antes é feita de forma expositiva com um cheiro a poesia das palavras.
O documentário consegue colocar questões que nos fazem pensar que caboverdeanos nascidos fora de Cabo Verde podem estar em constante problemas de identidade: em Portugal são caboverdeanos e em Cabo Verde são portugueses. “Identidade Repartida” pretende ser encarado como um subsídio para se entender o sentimento dos caboverdeanos das gerações subsequentes – alguns que nunca conheceram Cabo Verde – e ser discutido num contexto de compreensão do “outro”.
Um aspecto menos conseguido do documentário é a deficiente captação de som em algumas entrevistas mas que não tem relevância porque é possível seguir-se os 22 minutos do filme por completo sem se perder. A montagem está bem conseguida com a mistura de planos abertos quando o narrador faz a exposição e a transição para os planos médios das entrevistas com bons enquadramentos.
Vale a pena assistir “Identidade Repartida”.
FICHA TÉCNICA
Título: Identidade Repartida
Realização e camera: Artemisa Ferreira
Edição e montagem: Artemisa Ferreira
Gênero: Documentário
Duração: 22 minutos
Ano de Lançamento: 2013, Portugal
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