FILHA PRECISA SER OPERADA: mãe mata porco mas não mexe na conta bancária | Dai Varela

15 de abril de 2012

FILHA PRECISA SER OPERADA: mãe mata porco mas não mexe na conta bancária

Amélia com a sua filha Hélia
“Eu sou Hélia Genuína Monteiro de Jesus, tenho dez anos e preciso de ajuda”. Foi assim que há cerca de um ano Hélia, uma menina da aldeia piscatória de Salamansa (São Vicente), lançou o seu apelo na Internet e no jornal A NAÇÃO à procura de quem a ajudasse a suportar as despesas de colocar uma prótese no olho. Hoje, com onze anos feitos em Janeiro, fomos à sua procura para saber se conseguiu ou não juntar o dinheiro para a operação que tanta falta lhe faz.

Apesar dos vários apelos e algumas respostas positivas, Hélia ainda não conseguiu juntar todo o dinheiro necessário para a viagem e operação. Mas mesmo assim não desiste do sonho de poder corrigir o defeito que passou a ostentar desde o dia em que, bebé ainda, foi ferida involuntariamente por um dos irmãos. Quem também não desiste é a mãe.

Amélia Monteiro, doméstica de 44 anos e mãe de cinco filhos, que preferiu matar um porco e comprar um par de óculos graduados para a sua filha codé (a mais nova), em vez de mexer na conta bancária destinada à operação da Hélia.


“Disseram-me no banco que era só levar a receita que podia levantar o dinheiro mas escolhi não diminuir os 104 contos que já conseguimos juntar até agora. Um porco pode-se criar outro”, fala com a convicção esta mulher humilde que quer ver sua filha tratada o mais breve possível e que mostra-se muito agradecida pela ajuda já recebida.





A operação pode demorar mais algum tempo por dificuldades financeiras e porque a médica assistente da Hélia garante à família que a menina precisa terminar a “transformação” antes de ser submetida a nova operação. “A doutora disse que se ela fizer a operação agora, daqui a alguns anos terá de fazer outra para colocar uma prótese definitiva pelo que aconselha esperar a transformação do seu corpo”, explica Amélia que conta também que a filha se queixa de dores de cabeça, tonturas e que baixou as notas na escola.

Brincadeira do desgosto
Hélia responde prontamente que não sabe explicar estas notas baixas porque estuda. “O problema é que me canso muito quando estudo”, diz a menina.

Hélia na sua escola primária em Salamansa
Hélia perdeu o olho numa brincadeira de criança com seus irmãos quando ainda tinha apenas 14 meses de idade. “Dois irmãos meus estavam a brincar quando um deles, inadvertidamente, julgando que estava a apanhar uma pedra, apanhou um pedaço de vidro e arremessou, acertando-me no olho”, emociona-se ao relembrar o sucedido.

O acidente aconteceu em 2002 e na altura desencadeou uma onda de solidariedade no seio dos cabo-verdianos que culminou com a angariação de fundos suficientes para a pequena ser operada na França. Hoje, Hélia e a mãe desejam a mesma solidariedade para custear a prótese ocular, uma vez que não possuem os meios económicos necessários para tal. Por isso, quem quiser colaborar pode contactar a professora da pequena, Cláudia Fonseca, pois a família não possui telefone.

A companhia aérea cabo-verdiana (TACV) já ofereceu uma passagem internacional de ida e volta para que a menina possa tratar-se por entenderem que este é um caso de real necessidade.

Eis os contactos e a conta bancária para apoiar Hélia na deslocação a França para fazer a troca da prótese do olho:

HELIA GENUINA MONTERIO JESUS
Salamansa - S. Vicente
NIB - 000300007085190510176
IBAN - CV64000300007085190510176
SWIFT - BCATCVCV



O portal SAPO.CV já tem um forum onde pergunta as pessoas: Caso Hélia: Qual o papel do Estado?

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