[Desafio Criativo Nº3] - Vinho na Baía | Dai Varela

19 de abril de 2012

[Desafio Criativo Nº3] - Vinho na Baía

Nesta noite, Eva Sequeira dava uma festa em sua casa para apresentar a toda a sociedade Mindelense o seu namorado com o qual pretendia casar dentro em breve. Sabia que seria alvo de descriminação por parte de todos já que Alberto Silva era bem mais jovem. 

Cármen Sequeira, sua enteada de dezassete anos sabia da relação e era completamente contra. Alegou estar mal disposta para não participar daquela reunião que chamara da maior humilhação pela qual sua madrasta passaria. Não desceu para a sala onde decorria a festa e a dada altura apareceu no quarto com uma taça de vinho que oferecera à madrasta com o intuito de fazê-la desistir daquela ideia insana de apresentar o namorado e anunciar tal noivado. 

Dez minutos depois da sua saída do quarto entrou Alberto com intenção contrária. Deixou-a para que esta acabasse de se arrumar saiu em direcção ao quarto de Cármen como costumava fazer todos os dias depois de visitar Eva. Mantinha uma relação às escondidas com a afilhada menor da sua amante e nesta noite pretendiam colocar em prática o seu plano de assassinar Eva e seguir a vida desfrutando o dinheiro desta. 

A atitude suspeita dos dois depois da morte de Eva fez com que o investigador Nataniel Borges decidiu inquiri-los com maior afinco e em particular. Cármen sabia que sua madrasta quando sentia-se sob pressão bebia um pouco além da conta e fez questão de entregar-lhe a teça com vinho envenenado antes de pressioná-la com sua opinião e suas críticas. Seu cúmplice acentuaria a situação com opiniões contrárias para que Eva se sentisse pressionada e dividida e acabasse tragando o vinho envenenado antes de anunciar que se casaria. 

Não pretendiam perder muito tempo. Tencionavam viver esse amor estranho na sua plenitude. Aberto tencionava deixar de trair Eva e acabar com os ciúmes de Cármen que revelara-se possessiva. 

Cármen alegou, na sua confissão, que não pretendia dividir Aberto com uma senhora que podia ser sua mãe e não queria depender da boa vontade de alguém que geria aquilo que era seu por direito. Queria ganhar sua independência financeira e tornar-se dona de si e das suas acções e decisões. Queria ser ela a dar as ordens dentro de casa. Sentir-se dona daquilo tudo sem que ninguém mandasse e lhe dissesse a que horas deveria entrar ou sair, com que deveria andar, como vestir-se, como comportar-se. 

Daí decidir acabar com a vida daquela que para ela representava um impecílio. 

Não foi difícil para o investigador Nataniel desvendar esse crime devido à ingenuidade de ambos os culpados e daí seguiram directamente para a cadeia. 


OBS: este texto é da autoria de Anete Carvalho e faz parte do Concurso de Escrita Criativa


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