Aventuras da Aninha [Capítulo 5]

Eles se entre olharam sem conseguirem conter e desataram à gargalhada. Papá tentou falar alguma coisa mas engasgou-se e começou a rir de novo enquanto mamã colocava o bebé na tina de água. 

- Como era possível que eles pudessem duvidar de mim? Dos meus poderes? Eu que já tinha dado tantas provas – pensava furiosa e já não ouvia o que eles me diziam ao abrir a porta para sair. 

Ainda senti a porta a espancar atrás de mim mas não me importei. Segui para meu quarto e com a cara no travesseiro deixei que os soluços sacudissem meu pequeno corpo. Quando desci para jantar só encontrei papá com um ar sombrio e pensativo. 

- Mamã não vem comer? – foi tão baixinho que pensei que não tivesse ouvido. 

- Já lhe levei o jantar ao quarto. 

- Porquê? 




- O bebé está um pouco fraco – e sem colocar os olhos em mim disse tristemente – porque é que tinhas de abrir a porta justamente quando o bebé estava no banho? 

- Mas… - respondi sem vontade nenhuma de comer - papá, eu precisava sair. 

- Está bem. Está bem. Vamos comer. 

Que noite mais estranha. Achei melhor ir directa para a cama depois desse jantar em que me sentia esquisita. Era como se tivesse sido posta de parte. Não sei por quanto tempo rolei na cama a tentar agarrar o sono. Quando já estava quase a cair no sono é que ouvi a porta a abrir-se. Fingi que dormia porque não sabia se ela estaria ali para me ralhar. Mas não, aconchegou-se perto e deu-me um beijo na testa. 

- Amo-te – disse baixinho. 


Que bela noite de sono que tive.








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