Jandir “Mantorras” Monteiro Gomes |
Jandir “Mantorras” Monteiro Gomes, 24 anos, é conhecido como o maior adepto do Mindelense. Nem as dificuldades em andar devido a uma paralisia infantil impedem esse ferrenho mindelense de acompanhar todos os treinos e apoiar o seu clube de eleição nos jogos no “Adérito Sena”. Na semana crucial em que recebem o Sporting da Praia, Mantorras abre o livro e revela os segredos do sucesso do Mindelense.
Arrastando os pés e com alguma dificuldade por causa da paralisia infantil, “Mantorras” entra no Estádio “Adérito Sena” (em São Vicente), todos os fins de semana, para apoiar seu clube de coração: Clube Sportivo Mindelense. Presença habitual na bancada Sul, onde os passes errados dos jogadores encarnados o fazem irritar ou os golos o fazem gritar de contentamento, “Mantorras” começa sempre qualquer discussão com os adversários desportivos com um largo sorriso porque, como conta, “futebol é uma alegria que tenho dentro de mim”.
Alegria que se transforma em impaciência quando a equipa não consegue demonstrar em campo sua superioridade, o que faz chegar sua voz desde as bancadas até aos ouvidos dos jogadores que estão no relvado e que ele conhece a todos pelas alcunhas. “Quando me vês a gritar nas bancadas”, justifica Mantorras, “ é porque tenho os nervos à flor da pele e quero mudar alguma coisa; quero a reviravolta.”
Esse seu temperamento “à flor da pele” já foi alvo de vários reparos por parte do vice-presidente do clube, Adilson Nascimento, que também é seu amigo e protector no Mindelense. “’Mantorras’ foi o primeiro elemento no nosso grupo a receber o fato de treino do Mindelense esta época”, revela Adilson, que vê neste gesto uma forma de “mostrar reconhecimento pelo seu apoio, apesar de muitas vezes exagerar um pouco na sua condição de adepto ferrenho”. “Mantorras” reconhece que, algumas vezes, quase que ultrapassa os limites, mas diz que não consegue evitar expressar-se para dentro das quatro linhas, porque, nesses momentos, só lhe interessa que a equipa dê resultado. “Quando brigo é porque quero ver a minha equipa mostrar que somos capazes e também porque quero fazer levantar a vibração nas bancadas para apoiar o Mindelense”, frisa.
Alegria que se transforma em impaciência quando a equipa não consegue demonstrar em campo sua superioridade, o que faz chegar sua voz desde as bancadas até aos ouvidos dos jogadores que estão no relvado e que ele conhece a todos pelas alcunhas. “Quando me vês a gritar nas bancadas”, justifica Mantorras, “ é porque tenho os nervos à flor da pele e quero mudar alguma coisa; quero a reviravolta.”
Esse seu temperamento “à flor da pele” já foi alvo de vários reparos por parte do vice-presidente do clube, Adilson Nascimento, que também é seu amigo e protector no Mindelense. “’Mantorras’ foi o primeiro elemento no nosso grupo a receber o fato de treino do Mindelense esta época”, revela Adilson, que vê neste gesto uma forma de “mostrar reconhecimento pelo seu apoio, apesar de muitas vezes exagerar um pouco na sua condição de adepto ferrenho”. “Mantorras” reconhece que, algumas vezes, quase que ultrapassa os limites, mas diz que não consegue evitar expressar-se para dentro das quatro linhas, porque, nesses momentos, só lhe interessa que a equipa dê resultado. “Quando brigo é porque quero ver a minha equipa mostrar que somos capazes e também porque quero fazer levantar a vibração nas bancadas para apoiar o Mindelense”, frisa.
TROCA DE CAMISOLA
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Mantorras no Estádio Adérito Sena |
Apesar de ter sido bem tratado no Derby, não conseguiu suportar a separação por mais que duas semanas. “Os adeptos do Mindelense não quiseram perdoar-me aquela traição. Chamavam-me de manhento e pé-de-galo”, lembra-se, sorrindo do primeiro dia que foi ao Estádio com a camisola do Derby e os adeptos brigaram e gozaram.
“Durante esse tempo, não tive permissão de entrar no clube do Mindelense e todos me colocaram de parte. Não consegui suportar e regressei”, lembra.
Adilson Nascimento diverte-se ao lembrar daquilo que apelida de uma “chamada de atenção” do “Mantorras” para mostrar o seu desagrado com a forma como a equipa vinha jogando e com algumas opções técnicas do então treinador, numa época em que não conseguiram vencer o Campeonato.
Engana-se o presidente do Mindelense ao pensar que “de lá para cá ele tem estado satisfeito”, porque “Mantorras” continua crítico em relação a algumas opções técnicas do actual treinador: Almara. “Almara, muitas vezes, demora a decidir nas substituições, o que não está certo, porque os jogadores devem ser metidos na hora e não esperar que eles cansem”, receita “Mantorras”, que considera a formação 4-4-2 como uma boa opção, mas que deveria haver maiores oportunidades para alguns jogadores, porque “há qualidade no banco da equipa que deveriam jogar mais”.
REVELAÇÕES
“O sector mais forte no Mindelense é o seu meio-campo compacto e que sabe comunicar, embora o médio Calú não goste muito de falar”, revela “Mantorras”, grande conhecedor das tácticas da sua formação e acompanhante constante dos treinos dos encarnados. Na hora de escolher o melhor jogador do Mindelense, prefere dar destaque para o trio do meio-campo: Calú, Adlin e Dika, este que ele considera “um prodigioso jogador, que gosta de mostrar empenho”. Quem também lhe merece realce é o guarda-redes Vozinha, “um excelente guardião, que comanda a melhor defesa de Cabo Verde, em especial o central Valy”, que só peca por “falar demais nos treinos”.
PALAVRAS DO PRESIDENTE
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Adilson Nascimento festejando o Nacional |
“Actualmente, ‘Mantorras’ melhorou muito”, conta o vice-presidente do Mindelense, que o encontrou no clube há coisa de quatro anos, “com muitas dificuldades em andar", mas devido à abertura do clube para que ele acompanhasse a equipa, “hoje, ele anda melhor e tem suas dificuldades motoras minimizadas, o que é gratificante de se ver num jovem que faz quase que um esforço sobre-humano para não falhar nenhum treino do clube”.
Adilson Nascimento, a quem “Mantorras” considera “um excelente amigo e presidente”, acredita que o Mindelense joga um “importante papel” na recuperação física do jovem adepto que está bem integrado no grupo onde é acarinhado por todos. E conclui: “Ele deve continuar a amar o Mindelense, mas, com menos fanatismo”.
Publicada (também) no Jornal A NAÇÃO
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