NOTA: Este artigo faz parte de uma Apreciação Crítica dividida, por capítulos. Para ver os outros capítulos, seleccione:
A obra aparece, segundo o autor, como “uma tentativa de enxergar mais além” (CRYSTAL, 2005, p. 11), tentando trazer uma prespectiva actual sobre as tendências linguísticas já discutidas nos seus outros três livros publicados entre 1997 e 2001: English as a Global Language, Language Death e Language and the Internet.
O livro tem a edição da Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro com publicação de 2005.
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O AUTOR: David Crystal

O ESTUDO: Recensão do livro A revolução da linguagem, David Crystal
David Crystal, no seu livro A revolução da linguagem, propõe-se fazer um estudo sobre um tema do qual não se conhecem muitos relatos: as revoluções de que a linguagem está sujeita. Com o livro a apresentar-se dividido em capítulos, Crystal desenvolve didacticamente os factores que segundo ele influem e caracterizam essa revolução.
O futuro dos “ingleses”
O autor descreve uma estranha dicotomia: quanto mais falantes de inglês há, menos se fala o inglês nativo, pois quanto mais uma língua se espalha, mais ela muda. Em cada região aonde o inglês é adoptado, ele sofre adaptações linguísticas que reflectem necessidades comunicacionais. Há adaptações lexicais, com vocábulos a ganharem novos significados e/ou palavras nativas a serem incorporadas no vocabulário. Essa inclusão de expressões emprestadas é que torna o inglês uma “língua-aspirador” (CRYSTAL, 2005, p. 38), que suga termos com muita facilidade. Isso, aliado ao facto dos novos falantes se comunicarem em simultâneo em duas ou mais línguas, provocando o fenómeno de “mudança de código” (Crystal, 2005, p. 40), é que vem estimulando o aparecimento do que Crystal (2005) chama de “novos ingleses”.
Para o autor, ser-se bilingue ou multilingue é uma condição inata do ser humano, pelo que ele preconiza como possível o surgimento de um mundo triinglês, com três níveis: o básico (ou dialecto familiar), o inglês-padrão nacional (aprendido na escola) e o inglês-padrão internacional (que não pertenceria a nenhuma região em particular). Isso provocaria o aparecimento de falantes tridialetais do inglês.
Para terminar o primeiro capítulo, Crystal questiona o futuro da identidade das outras línguas quando uma língua se torna dominante em um país e que efeitos poderia ter a nível mundial se o inglês se tornasse língua única, o que seria, segundo Crystal (2005) “um desastre intelectual de uma escala sem precedentes”.
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