“Esquizofrenia” - podia ser melhor | Dai Varela

21 de agosto de 2011

“Esquizofrenia” - podia ser melhor

ilustração retirada da net
Decidi assistir este sábado a mais uma produção do Grupo Teatral Craq’Otchod e confesso que de uma forma geral sai pouco satisfeito do Centro Cultural do Mindelo. Por enquanto não vou criar nenhuma aversão aos trabalhos futuros do grupo, mas espero que a melhoria seja significativa nas próximas apresentações. Mas vamos falar da peça “Esquizofrenia”: 

SINOPSE (autoria do grupo) 

“O grupo teatral Craq’ Otchod com a forte componente social que a caracteriza cria o projecto “Esquizofrenia” no sentido de tentar contribuir para a minimização dos estigmas sociais que existem a volta deste transtorno. Há muito que os paradigmas da saúde mental modificaram o seu lema de “isolar para conhecer e tratar” por se mostrar ineficaz como meio de tratamento e desumano, para o lema “Cuidar sim, excluir não”. Há quem diga que escreves o que no fundo és, ou a pessoa de si mesma. E muitos considerados diabólicos expansivos. E muitos fechados a remédios até a sucumbição social antes mental, a pano branco e ferro frio com cintas a masmorra, um cérebro nos limites invicto em volta de cérebros iniciáticos invisíveis e invisos.” 

MINHA APRECIAÇÃO 

Renato Lopes
Subir ao palco e apresentar uma peça deve ser uma experiência delicada. Subir sozinho perante o público num monólogo então deve ser aquela coisa. O jovem actor de 30 anos, Renato Lopes aceitou o desafio para durante uma hora perder o juízo e tornar-se esquizofrénico. “Tem que deixar-se a mente ir ao interpretar um personagem com esquizofrenia. Espero que no final do espectáculo consiga trazê-la de volta”, brincava o actor antes da estreia. 

O cenário é simples e composto por uma cama de hospício e um banco. Ainda, por sobre sua cabeça, uma corda pronta para enforcamento que estava sempre lá como que para lembrar-lhe que esta era uma saída para seu sofrimento. 

Com os actos a decorrerem na sua maioria no mesmo local, o desenho de luz foi simplista e em certos momentos aborrecido, o que não ajudou a criar muita afinidade com a peça. Perderam também uma grande oportunidade de explorar o campo musical, com músicas que denotam psicoses em vez de manterem-se somente nos dois temas do cantor português, António Variações. 

Edilson “Di” Fortes
A peça é muito longa com várias quebras de ritmo, principalmente durante as falas do personagem que em vários momentos pareciam as de um robô. Terá sido assim por trata-se de um esquizofrénico? Não sei. Se for, não foi bem conseguida. Renato Lopes, que acredito ter potencial como actor, representava num estilo monótono e sem vivacidade, contrastando grandemente do feitio do encenador “Di”, conhecido pela sua energia e dinâmica. 

Pode-se notar o trabalho de “Di” em momentos como quando o actor entra num estado alterado batendo com as mãos no chão (o melhor momento) ou quando demonstra toda a sua luxúria na cama do hospício. Nota-se, também, a falta de “Di” nos momentos mortos de “Esquizofrenia”. não queria estar a apontar somente os pontos mais fracos mas a verdade é que foram poucos os momentos na peça que me cativaram. Gostei de ver o actor parar a cortina - muito lindo.

Uma última palavra para o texto: teatro é arte mas é também comunicação. Quando o texto não é feito (na sua maioria) numa linguagem corrente corre-se o risco de muita coisa ficar por entender e isso provocar ruídos na comunicação. Vamos fazer-nos entender, faz favor? 

FICHA TÉCNICA 

Interpretação: Renato Lopes 

Dramaturgia e Encenação: Edilson “Di” Fortes 

Assistência: Moisés Delgado & Gielinda Rodrigues 

Figurinos: Colectivo 

Cenografia: Fernando Morais 

Aníbal Delgado: Paulo dos Reis 

Desenho de Luz: Colectivo 

Música: António Variações 

Som: Tó Almeida 

Luz: Nelo 

Classificação: M/14 

  1. Ó Odair, essa é imperdoável!

    Tirar esta foto da net e não dizer que se trata da capa de um dos melhores discos dos King Crimson, "In The Court Of The King Crimson" (1969)...

    O Robert Fripp, o homem da guitarra, era o líder incontestado da banda. Mais tarde havia de acompanhar o David Bowie e o Brian Eno. Mas havia lá outra figura importante, o baixista Greg Lake que depois integrou os não menos famosos Greg, Lake & Palmer de quem sou admirador incondicional.

    Curiosamente, não se sabe de quem é o grafismo da capa. Só os músicos saberão, mas aqui o povinho e a historiografia da banda desconhecem, infelizmente.

    Castigo pela falha, à escolha: um mês no que resta do Fortim ou dois na cadeia de ribeirinha.

    E um braça
    Djack

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  2. Agora merecia eu cadeia...

    Ao reler o meu comentário, dei conta de uma gralha. A banda chama-se realmente "Emerson, Lake & Palmer".

    E ainda giram: em 2010 fizeram um tour pelos Estados Unidos e Canadá.

    Braça
    Djack

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  3. Segunda gralha detectada:

    O disco chamava-se "In The Court Of The Crimson King"...

    É o que dá escrever depressa.

    Más um braça
    Djack

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  4. Põ Djack, então tou feito ao bife porque , tirando David Bowie, não conhecia nenhum dos nomes citados.

    Escolho um mês no Fortim d'El Rei porque lá será transformado num casino e assim aproveito bem o tempo.

    Fka dret

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  5. Desvantagens de ser mnine nobo.
    Como sou magnânimo, livro-te da prisão e desejo-te boa sorte no casino.
    Braça
    Djack

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  6. um q sabé pq? ma qdo um t uvi fala ness peça um te sinti sono...

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  7. de facto quel actor fazé um gde esforço e el demonstra q um dia se el fór bem trabaiod el podé apresenta um monologo mas sabado el que cativam nem um bocadinho

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